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2012 - Livro Vermelho 2013

Algernonia dimitrii (Emmerich) G.L.Webster CR

Informações da avaliação de risco de extinção


Data: 08-06-2012

Criterio: A2c

Avaliador: Rafael Augusto Xavier Borges

Revisor: Tainan Messina

Analista(s) de Dados: CNCFlora

Analista(s) SIG:

Especialista(s):


Justificativa

Algernonia dimitrii é endêmica da região de Cachoeiro do Itapemirim, no Estado do Espírito Santo, que apresenta uma redução da área do hábitat original de aproximadamente 90% ao longo das últimas três gerações da espécie, ou seja, cerca de 20 anos. De fato, a principal ameaça incidente sobre a espécie é a perda do hábitat, causada pela exploração dos recursos naturais e por atividades agropecuárias.

Taxonomia atual

Atenção: as informações de taxonomia atuais podem ser diferentes das da data da avaliação.

Nome válido: Algernonia dimitrii (Emmerich) G.L.Webster;

Família: Euphorbiaceae

Sinônimos:

  • > Tetraplandra dimitrii ;

Mapa de ocorrência

- Ver metodologia

Informações sobre a espécie


Notas Taxonômicas

Descrita originalmente na obra Contr. Univ. Michigan Herb. 25: 238. 2007, a espécie é próxima de A. kuhlmannii por apresentarem filetes completamente unidos e pelo estilete subséssil. Porém, podem ser diferenciadas pela margem das folhas largamente serreadas (vs. inteira em A. kuhlmannii) e pelas estípulas denticuladas (vs. ciliadas). Pode ocorrer simpátricamente a A. kuhlmanii, porém as características descritas acima permitem uma diagnose precisa (Oliveira, 2010).

Dados populacionais

A população de A. dimitrii ocorre majoritariamente na região de Cachoeiro de Itapemiri, (ES). Com base nos registros de coleta da espécies (CNCFlora, 2011), estima-se que existam cerca de quatro subpopulações. O Tempo de Geração da espécie foi estimado entre 5 e 10 anos, aproximadamente, conforme estabelecido por CNCFlora (2011) para plantas arbustivas-arbóreas.

Distribuição

A espécie é endêmica do Brasil, ocorrendo exclusivamente no Estado do Espirito Santo (Cordeiro et al., 2012). Parece representar um endemismo restrito a região do município de Cachoeiro do Itapemirim (ES), em altitudes que variam entre 50 e 500 m (Oliveira, 2010).

Ecologia

Arbusto ou arvoreta, terrícola, esciófila (CNCFlora, 2011); ocorre em Florestas Ombrófilas Densas (Sobral et al., 2009), Florestas Estacionais Semideciduais Submontanas, e em encostas de morros (Oliveira, 2010), associadas ao Domínio Fitogeográfico Mata Atlântica (Sobral et al., 2009; Cordeiro et al., 2012).

Ameaças

1 Habitat Loss/Degradation (human induced)
Incidência national
Severidade high
Detalhes A Mata Atlântica recobria inicialmente 100% da área total do município de Cachoeiro de Itapemirim (ES). Dados recentes (SOS Mata Atlântica, 2011) apontam para uma perda de ca. de 90%, uma vez que restam atualmente aproximadamente 10% de cobertura vegetal original no local. A cobertura vegetal do Estado do Espirito Santo, antes praticamente todo recoberto pela Mata Atlântica, tem uma história de devastação cujos registros remontam aos do início de sua colonização. A destruição e degradação do habitat é, sem dúvida, a maior causa de perda de biodiversidade no Estado. Subsequentes ciclos econômicos, como o da exploração da madeira, da agricultura cafeeira, e atualmente dos "reflorestamentos" homogêneos são algumas das principais ameaças incidentes sobre a flora do Estado (Simonelli; Fraga, 2007).

Ações de conservação

1.2.2.3 Sub-national level
Situação: on going
Observações: A espécie foi considerada "Criticamente em Perigo" (CR) em avaliação de risco de extinção empreendida para a flora do Estado do Espirito Santo (Simonelli; Fraga, 2007; Oliveira, 2010).

4.4 Protected areas
Situação: needed
Observações: A espécie apresenta distribuição restrita a uma região que não possui nenhuma unidade de conservação (SNUC) que proteja legalmente suas populações (CNCFlora, 2011).

Referências

- CORDEIRO, I. ET AL. Euphorbiaceae in Lista de Espécies da Flora do Brasil, Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Jardim Botânico do Rio de Janeiro.

- SOBRAL, M.; KAMINO, L.H.Y.; OLIVEIRA, C.TSTEHMANN, J.R. ET AL. Euphorbiaceae. Rio de Janeiro, RJ: Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro, 2009.

- EMMERICH, M. Revisão Taxonômica dos gêneros Algernonia Baill. e Tetraplandra Baill. (Euphorbiaceae- Hippomaneae). Arquivos do Museu Nacional, v. 56, 1981.

- LUCIANA DOS SANTOS DIAS DE OLIVEIRA. Considerações filogenéticas e taxonomicas na tribo Hureae Dumort. (Euphorbioideae-Euphorbiaceae). Dissertação de Mestrado. Recife, PE: Universidade Federal Rural de Pernambuco, 2010.

- SIMONELLI, M.; FRAGA, C. N. (ORG.). Espécies da Flora Ameaçadas de Extinção no Estado do Espírito Santo. Vitória, ES: IPEMA, 2007. 144 p.

- FUNDAÇÃO SOS MATA ATLÂNTICA; INSTITUTO NACIONAL DE PESQUISAS ESPACIAIS. Atlas dos Remanescentes Florestais da Mata Atlântica: Período 2008-2010. 2011. 122 p.

- Base de Dados do Centro Nacional de Conservação da Flora (CNCFlora). Disponivel em: <http://cncflora.jbrj.gov.br/portal/>. Acesso em: 2011.

Como citar

CNCFlora. Algernonia dimitrii in Lista Vermelha da flora brasileira versão 2012.2 Centro Nacional de Conservação da Flora. Disponível em <http://cncflora.jbrj.gov.br/portal/pt-br/profile/Algernonia dimitrii>. Acesso em .


Última edição por CNCFlora em 08/06/2012 - 17:49:09